Ufopa produzirá fitoterápicos para o programa Farmácia Viva
Produzir e distribuir medicamentos fitoterápicos para a rede de atenção básica de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS) - este é o objetivo do programa Farmácia Viva, que em Santarém terá como instituição executora a Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), em parceria com a Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Educação Técnica e Tecnológica do Pará (Sectet), idealizadora da iniciativa, e será financiado pela Fundação Nacional de Saúde.
Sob
a coordenação conjunta de dois institutos na Ufopa, o Instituto de
Biodiversidade e Florestas (Ibef), representado pela Profa. Elaine
Pacheco de Oliveira, e o Instituto de Saúde Coletiva (Isco),
representado pelo Prof. Waldiney Pires Moraes, o projeto será
laboratório de produção de medicamentos fitoterápicos, dando
suporte ao ensino, à pesquisa e à extensão universitária. "O
laboratório servirá como campo de prática aos alunos dos cursos de
Farmácia e Biotecnologia", informou o Prof. Waldiney Pires,
destacando outros benefícios do projeto para a região. "Ele
deve desenvolver e implantar um modelo de produção, difusão e uso
de plantas medicinais e fitoterápicos na região Oeste do Pará;
contribuir para o desenvolvimento científico, tecnológico, social e
econômico da região; fomentar e promover a formação e
qualificação de recursos humanos de pesquisa, desenvolvimento de
tecnologias e inovações, nas diversas fases da cadeia produtiva; e
proporcionar à população as plantas medicinais e fitoterápicos,
com segurança, eficácia e qualidade", disse.
Orçamento
- A produção de medicamentos fitoterápicos para suprir as
demandas do SUS está orçada em R$ 1,8 milhões. Esse valor deverá
ser investido na implantação do projeto, que será instalado na
área do Parque de Ciência e Tecnologia do Tapajós (PCT Tapajós).
Este, em breve, funcionará como uma incubadora de inovação
tecnológica, desenvolverá ações voltadas à criação, aceleração
e consolidação de empreendimentos inovadores, bem como ao
desenvolvimento de produtos e processos de alto valor agregado.
Termos
de referência
De
acordo com a professora e pesquisadora da Ufopa, Elaine Oliveira, o
programa Farmácia Viva está na fase de elaboração dos termos de
referência para aquisição de insumos farmacêuticos e insumos
agrícolas. “Para a produção dos medicamentos é necessária a
planta, então precisaremos produzir, multiplicar as plantas em larga
escala. Já fizemos o levantamento de toda a estrutura, e agora
estamos nos reunindo com as instâncias responsáveis, para a
adequação do termo de referência de acordo com a legislação”,
explica.
Plantas
– Na primeira fase do programa em Santarém, as plantas
medicinais que passarão pelo beneficiamento serão o guaco e a
unha-de-gato. “Em qualquer farmácia o guaco já é utilizado como
fitoterápico, ele é indicado para problemas respiratórios, já a
unha-de-gato é indicada para tratamentos anti-inflamatórios e
câncer de próstata”, informa a pesquisadora, que já realiza
estudos com matérias-primas vegetais.
A
implantação do Farmácia Viva em Santarém é um projeto-piloto; a
partir dos resultados obtidos em Santarém, há a possibilidade de
criação de outros dois polos do programa, um em Marabá e outro na
capital, Belém. “Os benefícios da produção dos medicamentos
fitoterápicos para a saúde pública são muitos; o primeiro deles é
o custo, o segundo são os benefícios para a saúde, pois os efeitos
colaterais de um fitoterápico são bem menores do que os de um
medicamento sintético”, compara.
Ainda
segundo a pesquisadora, superados os entraves dos termos de
referência, serão iniciados as atividades de produção. “Acredito
que estaremos produzindo os medicamentos fitoterápicos do programa
Farmácia Viva tão logo seja construído o laboratório”, conclui
Oliveira.
Talita
Baena – Comunicação/UFOPA
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