Vacinas contra Covid-19 são seguras para amamentação, reforça Santa Casa
Especialistas afirmam que mulheres que estão amamentando podem se vacinar sem medo. Puérperas devem tomar preferencialmente a Pfizer ou Coronovac, na falta de Pfizer
A única ressalva vigente quanto a esse grupo é para puérperas, ou seja, mulheres que deram a luz em até 45 dias: para essas pessoas em condição de resguardo, as vacinas liberadas são de duas marcas específicas, Pfizer e Coronovac, com preferência para Pfizer. Dessa forma, a Coronovac só deve ser administrada se não houver Pfizer. Astrazeneca e Janssen encontram-se sob contraindicação, por conta da base da formulação.
De acordo com a gerente geral de neonatologia da Santa Casa, a pediatra neonatologista Salma Saráty, mestra e doutora em Ciências Aplicadas à Pediatria, a amamentação de jeito nenhum deve ser interrompida quando a mãe for vacinada contra a Covid-19, até porque a amamentação transfere anticorpos para a criança.
"A vacinação contra a Covid-19 no Brasil para mulheres que amamentam está liberada. Não existe nenhum trabalho que mostre que a vacinação possa ter ação negativa sobre o recém-nascido. Pelo contrário: em toda vacinação, a soroconversão na mãe se transforma em defesa, em anticorpos que passam para o bebê pelo leite materno. Essa lógica funciona para todas as vacinas e é provável, já há teorias e pesquisas mostrando que a defesa induzida pela vacina contra o coronavírus pode passar para o recém-nascido pelo leite materno", explica.
Entretanto, não se aconselha a chamada "intercambialidade", quando se toma a primeira dose de uma marca e a segunda, de outra. "A intercambialidade ainda não está autorizada. Ela ainda é motivo de estudos", anunciou o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, em 8 de julho, durante a divulgação do atualização do Plano Nacional de Imunização (PNI). A exceção é para puérperas que já receberam a primeira dose de Astrazeneca.
Nesses casos, recomenda-se mudar para Pfizer na segunda dose.
Pesquisas universais mais recentes situam que a imunização não apresenta riscos evidentes ao leite materno, no sentido de efeitos colaterais para recém-nascidos ou crianças mais velhas, independentemente de as mães manifestarem as reações imediatas possíveis e sem gravidade, como moleza e febre.
Na prática, significa que lactantes não devem deixar de se vacinar e nem interromper a amamentação ou doação de leite por conta da vacina.
"O entendimento científico de agora é que não existe indício de que as marcas de vacina aprovadas pela Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária] façam mal para os bebês. Também não se aponta necessidade de prazo entre o momento da vacinação e amamentação: a mãe pode se vacinar e logo depois dar a mama", especifica a gerente em exercício do BHL da Santa Casa, a nutricionista Vanda Heloíza Marvão, especialista em Tecnologia de Alimentos e mestra em Gestão e Serviços de Saúde da Amazônia.
FONTE: AGÊNCIA PARÁ
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