Número de queimadas no Brasil cresce 53% em cinco anos, diz Inpe
O número de queimadas
no Brasil cresceu 53,3% em cinco anos, segundo dados reunidos pelo G1
junto ao Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). O aumento
corresponde à comparação de focos registrados de janeiro a agosto de
2012 com relação ao mesmo período de 2007.
Há meia década atrás, haviam sido identificadas 26,2 mil queimadas nos primeiros seis meses de 2007 pelos satélites do Inpe. Já neste ano, no mesmo intervalo de tempo, foram 40,2 mil focos de incêndio.
Para o pesquisador do Inpe Alberto Setzer, responsável pelo monitoramento de queimadas, há três fatores que levam ao aumento dos focos de incêndio: o clima seco, a expansão agropecuária e a fiscalização deficiente. Ele avalia que várias regiões do Brasil estão passando por falta de chuva, o que influencia no aumento das queimadas.
“Existe uma tendência a se configurar o fenômeno do El Niño, na região da América do Sul, o que favorece para a estiagem que estamos vendo agora. Isso faz parte de um contexto maior e global, que envolve fenômenos oceânicos e climáticos”, afirma Setzer.
O pesquisador afirma que as queimadas são proibidas por lei e que são um crime ambiental. “As pessoas esquecem de mencionar que o elemento humano é quem começa quase todas as queimadas”, afirma.
Recorde – O pesquisador avalia que o número de queimadas de 2012 ano pode bater o recorde da última meia década, que é de 2010, quando o número de queimadas chegou a 44,8 mil em apenas um semestre.
Setzer afirma que o pior período das queimadas ainda está por vir e deve ocorrer nos próximos seis meses. “Você está só com uma fração do que ocorreu. Se continuar neste ritmo, vamos chegar a 200 ou 250 mil” focos de incêndio até o fim do ano, diz o cientista.
“Está se configurando uma situação grave e preocupante este ano. Estamos vendo focos de queimada no Pantanal, no Maranhão, em Mato Grosso. A situação é alarmante e bem preocupante”, ressalta Setzer.
Nordeste – A região Nordeste, composta por nove estados, é a campeã no número de incêndios até agora – foram registrados 16,2 mil focos de queimada, o equivalente a 40,4% do total. A estiagem no Nordeste está maior do que em outras regiões , ressalta Setzer. “É um período de seca bastante anômalo, em que estão sendo necessários carros-pipa na região. Isso confirma que a variação do clima está ocorrendo”, ressalta.
A expansão agropecuária é causa de queimadas principalmente na fronteira sul da Amazônia e na região central do Brasil, avalia o especialista. “A expansão da soja e de outras culturas ainda está ocorrendo. Com a questão do Código Florestal, que vai definir as áreas de desmate, muita gente está pensando que vai ser anistiada se desmatar. Você percebe uma consequência desta discussão no uso do fogo” para limpar as fazendas, diz Setzer.
Na comparação entre 2011 e 2012, o aumento no número de queimadas foi ainda maior – passou de 23,6 mil entre 1º de janeiro e 10 de agosto do ano passado para 40,2 mil neste ano. A atitude “criminosa” de realizar queimadas causa multas que quase nunca são pagas, avalia Setzer. O pesquisador pondera que a fiscalização é importante, mas que precisa ser feita com mais rigor.
“O Ibama e outras instituições têm aplicado multas significativas para os criminosos. Só no ano passado, foram mais de R$ 1 bilhão. Por outro lado, o que foi arrecadado com multas foi mínimo perto disso. As pessoas cometem o crime, são multadas e não pagam. Elas acham uma forma de contornar esta situação”, reflete o cientista.
(Fonte: Rafael Sampaio/ Globo Amazônia)
Há meia década atrás, haviam sido identificadas 26,2 mil queimadas nos primeiros seis meses de 2007 pelos satélites do Inpe. Já neste ano, no mesmo intervalo de tempo, foram 40,2 mil focos de incêndio.
Para o pesquisador do Inpe Alberto Setzer, responsável pelo monitoramento de queimadas, há três fatores que levam ao aumento dos focos de incêndio: o clima seco, a expansão agropecuária e a fiscalização deficiente. Ele avalia que várias regiões do Brasil estão passando por falta de chuva, o que influencia no aumento das queimadas.
“Existe uma tendência a se configurar o fenômeno do El Niño, na região da América do Sul, o que favorece para a estiagem que estamos vendo agora. Isso faz parte de um contexto maior e global, que envolve fenômenos oceânicos e climáticos”, afirma Setzer.
O pesquisador afirma que as queimadas são proibidas por lei e que são um crime ambiental. “As pessoas esquecem de mencionar que o elemento humano é quem começa quase todas as queimadas”, afirma.
Recorde – O pesquisador avalia que o número de queimadas de 2012 ano pode bater o recorde da última meia década, que é de 2010, quando o número de queimadas chegou a 44,8 mil em apenas um semestre.
Setzer afirma que o pior período das queimadas ainda está por vir e deve ocorrer nos próximos seis meses. “Você está só com uma fração do que ocorreu. Se continuar neste ritmo, vamos chegar a 200 ou 250 mil” focos de incêndio até o fim do ano, diz o cientista.
“Está se configurando uma situação grave e preocupante este ano. Estamos vendo focos de queimada no Pantanal, no Maranhão, em Mato Grosso. A situação é alarmante e bem preocupante”, ressalta Setzer.
Nordeste – A região Nordeste, composta por nove estados, é a campeã no número de incêndios até agora – foram registrados 16,2 mil focos de queimada, o equivalente a 40,4% do total. A estiagem no Nordeste está maior do que em outras regiões , ressalta Setzer. “É um período de seca bastante anômalo, em que estão sendo necessários carros-pipa na região. Isso confirma que a variação do clima está ocorrendo”, ressalta.
A expansão agropecuária é causa de queimadas principalmente na fronteira sul da Amazônia e na região central do Brasil, avalia o especialista. “A expansão da soja e de outras culturas ainda está ocorrendo. Com a questão do Código Florestal, que vai definir as áreas de desmate, muita gente está pensando que vai ser anistiada se desmatar. Você percebe uma consequência desta discussão no uso do fogo” para limpar as fazendas, diz Setzer.
Na comparação entre 2011 e 2012, o aumento no número de queimadas foi ainda maior – passou de 23,6 mil entre 1º de janeiro e 10 de agosto do ano passado para 40,2 mil neste ano. A atitude “criminosa” de realizar queimadas causa multas que quase nunca são pagas, avalia Setzer. O pesquisador pondera que a fiscalização é importante, mas que precisa ser feita com mais rigor.
“O Ibama e outras instituições têm aplicado multas significativas para os criminosos. Só no ano passado, foram mais de R$ 1 bilhão. Por outro lado, o que foi arrecadado com multas foi mínimo perto disso. As pessoas cometem o crime, são multadas e não pagam. Elas acham uma forma de contornar esta situação”, reflete o cientista.
(Fonte: Rafael Sampaio/ Globo Amazônia)
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