ORIXIMINÁ REVIVE COM SIMPLICIDADE E EMOÇÃO O PRIMEIRO CÍRIO FLUVIAL DE SANTO ANTÔNIO



 A fé e devoção do povo oriximinaense pelo padroeiro Santo Antônio esteve em evidência mais uma vez durante a realização do Círio Fluvial Simbólico que reviveu na última sexta-feira, 29/07, o primeiro Círio Fluvial, realizado em 1946, há 70 anos.  Com canoas de 20 e 30 palmos enfeitadas com palha, papel de seda e crepom, além de imagens do Santo Casamenteiro, o Rio Trombetas se encheu de simplicidade e beleza em uma emocionante romaria a remo que saiu da rampa da barreirinha até o porto da cidade.

“Foi muito lindo. Eu não existia na época do primeiro círio e foi muito emocionante ver essa parte da nossa história, onde não tinha toda a beleza do círio atual, mas pelo que vemos, era igualmente lindo”, declara Sidônia de Souza, moradora do Bairro Santa Terezinha.

A partir de relatos de idosos que presenciaram o primeiro fluvial de Santo Antônio, o projeto Círio Fluvial Simbólico buscou ser o mais fiel possível à forma como foi realizado o início dessa tradição que já rompeu as fronteiras do município, do Estado e do País. Os canoeiros não fugiram da ideia principal e deram um show de criatividade na ornamentação das canoas. No rio, as pequenas embarcações seguiam rumo à da cidade, enquanto em terra firme, os oriximinaenses corriam para espaços onde podiam se aglomerar para ver a procissão passar. Até o pôr-do-sol conseguiu ficar mais lindo com esse acontecimento.

Ao chegar no porto da cidade, mais uma surpresa. A procissão, agora pelas ruas, seguia iluminada por tochas em madeira, como era no princípio quando a usina de energia elétrica funcionava apenas até 21h e a iluminação pública deveria ser precária. Quem viu o primeiro círio acontecer, teve a sensação de voltar no tempo. “Era assim mesmo, as canoas, as tochas para a procissão até a igreja. Espero que esse projeto continue para que as pessoas que não viram isso acontecer possam saber como foi parte da nossa história”, conta a devota Virgínia Costa, 82 anos.

Quem assistiu esse momento pela primeira vez, não deixou de se emocionar. “Vendo esse círio a gente começa a imaginar como era naquele tempo, o esforço que os fiéis faziam para vir remando até a cidade, percebemos a força de vontade e a devoção que eram muito grandes. Um momento simples e belo”, relata Silvio Printes, um dos coordenadores do Projeto.

Para o idealizador, o círio superou as expectativas. “Não tenho palavras para expressar o sentimento de ver que o oriximinaense abraçou o projeto. Fizemos sem recursos, com a colaboração dos parceiros e o povo gostou. Só tenho a agradecer a todas as pessoas nos ajudaram a chegar nesse resgate da nossa história, um momento para unir as famílias de nossa cidade”, conta João Aragão.

O Círio Fluvial Simbólico contou com a transladação da imagem de Santo Antônio na noite do dia 28/07, até a residência de Manoel Vinente, próximo à rampa da Barreirinha de onde saiu a procissão fluvial, às 18h do dia 29/07. Ao chegar ao porto da cidade, os devotos seguiram em procissão até a igreja para a Santa Missa, seguida de uma noite cultural, no Clíper, onde foram apresentadas as novas canções em homenagem ao padroeiro de Oriximiná. O Círio Simbólico faz parte das comemorações de 70 anos dessa que é maior tradição religiosa e cultural do município.
  




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