Resistência a antibióticos pode matar 10 milhões de pessoas por ano em 2050
A resistência aos antibióticos poderá matar em 2050 mais dez milhões
de pessoas por ano, ou seja, uma pessoa em cada três segundos, informa
estudo hoje (19) divulgado em Londres.
Nomeado pelo governo
britânico para conduzir o documento sobre a resistência aos
antibióticos, o economista Jim O’Neill destacou a necessidade de ações
urgentes para evitar que a medicina preventiva regresse à Idade Média.
“É
preciso que isso se torne uma prioridade para todos os chefes de
Estado”, afirmou O’Neill, citado pela agência de notícias France Presse,
ao propor uma bateria de medidas para enfrentar o problema.
O
relatório apela à mudança drástica na maneira de utilizar os
antibióticos, cujo consumo excessivo e a má utilização favorecem a
resistência das chamadas “super-bactérias.”
O estudo preconiza o
lançamento de uma vasta campanha para sensibilizar o público que ignora
os riscos. Defende, ainda, a criação de um fundo de investigação; a
forte redução da utilização de antibióticos durante a fase de
crescimento; ou, ainda, premiar com milhões de dólares o laboratório
que desenvolver uma nova família de fármacos que substituam os
antibióticos de forma eficaz.
Mortes
Desde
o lançamento do estudo, em meados de 2014, mais de um milhão de pessoas
morreram por infecções relacionadas com a resistência aos antibióticos,
diz o documento. Ele estima que este balanço pode crescer muito, ao
ritmo de mais 10 milhões de mortes por ano até 2050, ou seja, mais
pessoas do que o câncer mata hoje.
A eficácia decrescente dos
antibióticos preocupa fortemente a comunidade científica. A Organização
Mundial de Saúde (OMS) advertiu, em novembro, que o fenômeno representa
um “imenso perigo” e que, se nada for feito, o planeta caminha para uma
“era pós-antibiótica, na qual as infecções atuais podem recomeçar a
matar.”
A resistência aos antibióticos acontece quando uma
bactéria evolui e se torna resistente aos antibióticos utilizados para
tratar infecções.
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