Voluntários para teste de vacina contra dengue começam a ser recrutados
São Paulo – Começa hoje (2) o recrutamento dos 50 primeiros
voluntários que vão receber a vacina brasileira contra a dengue, que
está sendo desenvolvida pelo Instituto Butantan, em parceria com a
Universidade de São Paulo (USP). Conforme foi divulgado pela Agência Brasil
quinta-feira (26), nesta primeira etapa dos testes os voluntários serão
da capital paulista, todos adultos saudáveis e que nunca tiveram
dengue, com idade entre 18 e 59 anos, de ambos os sexos. Eles vão ser
imunizados em duas doses, com intervalo de seis meses entre elas.
A vacina está sendo desenvolvida para combater, em uma única dose,
os quatro tipos da doença já identificados no mundo. A técnica utiliza o
chamado vírus atenuado. Isso ignifica que o próprio vírus da dengue é
modificado para que ele seja capaz de fazer com que as pessoas produzam
anticorpos, mas sem desenvolver a doença.
A criação da vacina teve início em 2006, juntamente com os
institutos nacionais de Saúde dos Estados Unidos. Os vírus foram
identificados no país e, posteriormente, transferidos para o Butantan,
em 2010.
Os cientistas já testaram a vacina em mais de 600 norte-americanos e
não foram observados efeitos colaterais importantes, apenas dor e
vermelhidão no local da aplicação, sensação comum para vacinas.
Porém, como os Estados Unidos não são uma região endêmica para
dengue, nenhum voluntário que recebeu a imunização havia contraído a
doença antes. Já no Brasil, os testes vão envolver também pessoas que já
tiveram dengue.
Os interessados em participar do estudo podem ligar para os telefones (11) 2661-7214 e (11) 2661-3344, ou enviar um e-mail para vacinadengue@usp.br.
A próxima etapa, que deve ter início no próximo ano, vai incluir
pessoas com histórico de dengue, e a vacina será aplicada em dose única.
Serão 250 voluntários da capital paulista e da cidade de Ribeirão
Preto, no interior do estado.
Na terceira e última fase, serão recrutadas pessoas de diversas
partes do país, de várias idades. A previsão dos pesquisadores é que a
vacina chegue à população em cinco anos.
Fernanda Cruz
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
FONTE: http://agenciabrasil.ebc.com.br
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