Mulheres em atividades tipicamente masculinas. Por que não?


Década a década elas vão deixando para trás o computador, as tarefas mais administrativas e vão tomando conta das grandes máquinas, dos grandes veículos e até da direção das corporações. A abertura do mercado de trabalho para as mulheres teve avanços representativos nos últimos cem anos. Muita coisa mudou desde 1857, quando operárias norte-americanas de uma fábrica de tecidos fizeram a revolução por melhores condições de trabalho, que marcou o dia 8 de março como Dia Internacional da Mulher. 
Mas o caminho para o reconhecimento delas no âmbito profissional ainda é longo, se considerarmos a dinâmica de um mundo tão globalizado e sem fronteiras como o que temos hoje. O percentual de mulheres em segmentos tipicamente masculinos teve um crescimento lento nos últimos dez anos.

Segundo informações do Censo Demográfico divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2012, a participação delas ainda é grande em setores considerados mais femininos, como o setor alojamento e alimentação (54.9%) e comércio 41.7%, o que não é novidade; mas, pouco significativa em setores masculinizados.
Na indústria extrativa elas eram 11,5% da mão de obra de acordo com dados do IBGE. O percentual não é tão expressivo, mas gradualmente, elas vêm mostrando que podem, sim, trabalhar em profissões até então consideradas tipicamente masculinas.
Na Mineração Rio do Norte (MRN), empresa que atua no oeste paraense, as mulheres representam 7% dos empregados. Para a gerente de Desenvolvimento de Pessoas da empresa, Dienane Brandão, o desafio é assumir posições cada vez mais estratégicas. “Com certeza ainda temos muito espaço em organizações tipicamente masculinas, como é o caso da mineração e siderurgia. Nestes segmentos, os cargos estratégicos ocupados por mulheres são os típicos das áreas administrativas e de relacionamento, como RH, Comunicação, Sustentabilidade, entre outros. Os desafios são muitos. 

Mas não existe profissão por gênero e sim por preparação, habilidades e competências. O caminho é não termos medo de almejar cada vez mais alto”, assegura a gerente, que é especialista em Gestão de Negócios pela Fundação Getúlio Vargas e em Gestão de Pessoas pela Universidade Federal de Minas Gerais.
Foi superando medos e preconceitos que Jacira de Souza se tornou operadora de mineração na MRN. O primeiro desafio foi dirigir um daqueles caminhões enormes, chamados de ‘fora de estrada’, em que a roda do veículo tem mais de dois metros de altura.  “Nessa profissão, a gente aprende muita coisa. Eu tinha medo de altura, mas aprendi a lidar com ele. Hoje, fico à beira de uma cava, há uns dez metros de altura. A gente aprende a dominar a máquina”, garante.
E se aprende a dominar a máquina, aprende também a lidar com os homens. “Costumo dizer que estamos infiltradas. A gente interage e é tratada com respeito. No início alguns não acreditavam que eu conseguiria, mas hoje tenho a admiração deles”, assegura.
O universo masculino não tirou de Jacira a feminilidade. “É possível conciliar”, garante. Juntamente com capacete e óculos de proteção, uma echarpe garante o tom feminino ao uniforme da Jacira. A operadora se considerada vaidosa e garante que esse quê de mulher faz toda diferença no ambiente de trabalho. “Eles reparam e elogiam. Como eu uso muita coisa de onça, ganhei o apelido carinhoso de leoa”, diz. E a operadora tem mesmo garras para enfrentar a rotina do dia a dia. Já foi promovida duas vezes e está fazendo vestibular para dar saltos cada vez maiores. “Tenho que me preparar para as oportunidades”, finaliza.

Texto e Foto: Assessoria de Comunicação da MRN

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

FELIZ ANIVERSÁRIO ORIXIMINÁ

FOTO DO DIA😍

FOTO DO DIA!😍