Brasil é campeão na geração de lixo eletrônico por habitante
O mundo está ficando
pequeno demais para tanto lixo eletrônico. São aproximadamente 50
milhões de toneladas por ano. Os Estados Unidos lideram o ranking com
três milhões de toneladas, seguidos de perto pela China, com mais de
dois milhões de toneladas anuais.
Hoje, o lixo eletrônico cresce três vezes mais que lixo convencional e, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), a situação é mais preocupante nos países emergentes. Principalmente no Brasil, campeão na geração de lixo eletrônico por habitante: meio quilo por ano.
O problema é que a maior parte desses resíduos não tem ainda destinação adequada. Um risco para o meio ambiente e a saúde. “Os principais metais pesados são chumbo e são mercúrio. Esses metais geralmente fazem mal para o aparelho respiratório e também para o aspecto neurológico”, fala a coordenadora do Centro de Descarte de Reuso de Resíduos de Informática (CEDIR), Tereza Cristina Carvalho.
O maior centro público de descarte e reuso de lixo eletrônico da América Latina funciona num galpão de 450 metros quadrados, na Universidade de São Paulo (USP). Para o local são levados até 20 toneladas de resíduos por mês. A maior concentração de metal pesado está nos televisores de tubo que concentram até 6 kg de chumbo por unidade, ou nos antigos monitores de computador, que reúnem até 4 kg do mesmo metal cada um.
Toneladas de veneno se misturam com diversos tipos de plásticos, metais e componentes, material jogado fora, mas que tem alto valor de mercado. Sem contar as máquinas que, em muitos casos, ainda funcionam.
Do lado do galpão da USP, um grupo de catadores aprende a desmontar computadores do jeito certo. O curso atende a Política Nacional de Resíduos Sólidos, que prevê a inclusão dos catadores de lixo.
“São duas lições principais: a primeira é a questão da segurança, então de como não se contaminar trabalhando com lixo eletrônico e a segunda, que é mais interessante para os catadores é a questão da renda. Em média, a desmontagem e a separação de cada uma das peças valoriza em até 10 vezes, o valor da sucata de ferro”, explica o estudante de mestrado da Poli-USP, Walter Akio Goya.
“Antigamente o que era vendido por R$ 50 hoje em dia a gente chega a alcançar até R$ 1.500 mil com a venda”, fala o catador André Luis Gonçalves.
Cada tipo de material vai para uma empresa de reciclagem diferente. O centro já doou e emprestou 800 computadores reciclados para projetos sociais e a própria USP usa componentes e peças no conserto de seus computadores.
Quem também está aprendendo a transformar lixo eletrônico em dinheiro é a garotada do Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro. A Fábrica Verde já formou 360 técnicos em informática.
Para cada três computadores doados, um é reconstruído e entregue para associações de moradores, ONGs e creches que atuam nas comunidades.
“Primeiro daqui eu vou levar para minha comunidade. Eu começo com meus parentes. Automaticamente, quando você começa a se associar a um, um espalha pro outro e assim vai crescendo. Hoje eu sou uma pessoa na Fábrica Verde, mas amanhã é um grupo todo”, avisa Geraldo Natal de Almeida.
A Fábrica Verde já doou 20 toneladas de material reciclado para reaproveitamento em vários setores e também oferece cursos de empreendedorismo.
“A gente tem exemplos de jovens que de alguma forma tinham alguma ligação com o tráfico e hoje encontram uma perspectiva diferente. Quer dizer, uma nova forma de ganhar a vida e ao mesmo tempo também saindo daqui com uma consciência social completamente diferente, enfim que na realidade nem existia”, afirma a coordenadora do projeto Fábrica Verde, Ingrid Gerolimich.
(Fonte: André Trigueiro - G1)
Hoje, o lixo eletrônico cresce três vezes mais que lixo convencional e, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), a situação é mais preocupante nos países emergentes. Principalmente no Brasil, campeão na geração de lixo eletrônico por habitante: meio quilo por ano.
O problema é que a maior parte desses resíduos não tem ainda destinação adequada. Um risco para o meio ambiente e a saúde. “Os principais metais pesados são chumbo e são mercúrio. Esses metais geralmente fazem mal para o aparelho respiratório e também para o aspecto neurológico”, fala a coordenadora do Centro de Descarte de Reuso de Resíduos de Informática (CEDIR), Tereza Cristina Carvalho.
O maior centro público de descarte e reuso de lixo eletrônico da América Latina funciona num galpão de 450 metros quadrados, na Universidade de São Paulo (USP). Para o local são levados até 20 toneladas de resíduos por mês. A maior concentração de metal pesado está nos televisores de tubo que concentram até 6 kg de chumbo por unidade, ou nos antigos monitores de computador, que reúnem até 4 kg do mesmo metal cada um.
Toneladas de veneno se misturam com diversos tipos de plásticos, metais e componentes, material jogado fora, mas que tem alto valor de mercado. Sem contar as máquinas que, em muitos casos, ainda funcionam.
Do lado do galpão da USP, um grupo de catadores aprende a desmontar computadores do jeito certo. O curso atende a Política Nacional de Resíduos Sólidos, que prevê a inclusão dos catadores de lixo.
“São duas lições principais: a primeira é a questão da segurança, então de como não se contaminar trabalhando com lixo eletrônico e a segunda, que é mais interessante para os catadores é a questão da renda. Em média, a desmontagem e a separação de cada uma das peças valoriza em até 10 vezes, o valor da sucata de ferro”, explica o estudante de mestrado da Poli-USP, Walter Akio Goya.
“Antigamente o que era vendido por R$ 50 hoje em dia a gente chega a alcançar até R$ 1.500 mil com a venda”, fala o catador André Luis Gonçalves.
Cada tipo de material vai para uma empresa de reciclagem diferente. O centro já doou e emprestou 800 computadores reciclados para projetos sociais e a própria USP usa componentes e peças no conserto de seus computadores.
Quem também está aprendendo a transformar lixo eletrônico em dinheiro é a garotada do Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro. A Fábrica Verde já formou 360 técnicos em informática.
Para cada três computadores doados, um é reconstruído e entregue para associações de moradores, ONGs e creches que atuam nas comunidades.
“Primeiro daqui eu vou levar para minha comunidade. Eu começo com meus parentes. Automaticamente, quando você começa a se associar a um, um espalha pro outro e assim vai crescendo. Hoje eu sou uma pessoa na Fábrica Verde, mas amanhã é um grupo todo”, avisa Geraldo Natal de Almeida.
A Fábrica Verde já doou 20 toneladas de material reciclado para reaproveitamento em vários setores e também oferece cursos de empreendedorismo.
“A gente tem exemplos de jovens que de alguma forma tinham alguma ligação com o tráfico e hoje encontram uma perspectiva diferente. Quer dizer, uma nova forma de ganhar a vida e ao mesmo tempo também saindo daqui com uma consciência social completamente diferente, enfim que na realidade nem existia”, afirma a coordenadora do projeto Fábrica Verde, Ingrid Gerolimich.
(Fonte: André Trigueiro - G1)
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