Mais Médicos: regiões Norte e Nordeste receberão mais profissionais
Municípios
do Norte e do Nordeste serão os maiores beneficiados pelo trabalho do
primeiro grupo de médicos cubanos que chegaram ao Brasil após acordo do
Ministério da Saúde com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAs)
dentro do programa Mais Médicos.
“Com
a participação dos profissionais cubanos, já neste primeiro mês do
programa, conseguiremos oferecer médicos a uma parte dos 701 municípios
que não tinham sido selecionados por nenhum médico brasileiro, nem
estrangeiro”, disse o ministro da Saúde, Alexandre Padilha. “Este é
ainda o primeiro passo, estamos no primeiro mês de chegada dos
profissionais. O grande esforço do Ministério da Saúde é garantir o
cumprimento da demanda total dos municípios prioritários e vamos fazer
tudo o que for preciso para isso”, reforçou.
Em
todo o país, 400 cubanos serão direcionados a um total de 219
localidades (206 municípios e 13 Distritos Sanitários Especiais
Indígenas). Juntas, as regiões Norte e Nordeste receberão 91% desses
médicos – o equivalente a 364 profissionais. Eles trabalharão em
unidades básicas de saúde de 187 localidades (69 municípios e 12
distritos indígenas no Norte e 105 municípios e um distrito indígena no
Nordeste). Os 36 demais médicos irão para áreas carentes em 26 cidades
do Sudeste e em seis do Sul.
Este
grupo atende a 29,4% dos 701 municípios que não foram selecionados por
nenhum médico ao longo do chamamento individual, que deu prioridade a
brasileiros com diplomas do Brasil e a brasileiros formados no exterior
antes de convocar estrangeiros de países como Espanha, Argentina e
Portugal.
“A
presença desses profissionais vai ampliar e qualificar o atendimento na
Atenção Básica do SUS. E esse é um processo contínuo, esperamos a
chegada de mais médicos que vão nos ajudar a construir o SUS
diariamente”, disse o secretário de Gestão do Trabalho e na Educação na
Saúde do Ministério da Saúde, Mozart Sales.
Até
o fim do ano, outros 3.600 profissionais cubanos chegam ao Brasil para
ocupar os postos remanescentes após novas rodadas de chamamento
individual de brasileiros e estrangeiros.
Áreas carentes
Entre
os 701 municípios que não foram selecionados por nenhum médico no
chamamento individual, a distribuição dos profissionais entre os
municípios priorizou cidades de baixo Índice de Desenvolvimento Humano
(IDH) – 13 têm índice muito baixo (até 0,5) e 133 têm desempenho baixo
(de 0,5 a 0,599), conforme a definição do Programa das Nações Unidas
para o Desenvolvimento (Pnud).
Já
nas 51 localidades de IDH médio (de 0,6 a 0,699) e nas nove de
desempenho alto (0,7 a 0,799), os profissionais atuarão em áreas pobres,
onde também é grande a carência por médicos. Outro critério adotado foi
a capacidade de supervisão e avaliação dos médicos e a demanda
apresentada pelos municípios de cada unidade da federação.
Segunda etapa
Na
última sexta-feira (30), o Ministério da Saúde concluiu a segunda
rodada de inscrições no programa Mais Médicos, com a adesão de mais 514
cidades e 25 distritos indígenas. Com isso, já são 4.025 cidades
participantes, demandando 16.625 vagas – 7,5% mais que o pedido feito na
primeira etapa, que apontou necessidade de 15.460 médicos.
A
segunda etapa também contou com a inscrição de outros 3.016
profissionais, dos quais 1.414 têm diplomas do Brasil e 1.602 são
formados no exterior, de 65 nacionalidades diferentes. Neste grupo, 951
profissionais - 541 com diploma brasileiro e 410 formados no exterior -
já completaram todas as informações solicitadas para a inscrição. O
restante só poderá escolher os municípios onde desejam atuar quando
concluir o cadastro.
Os
médicos participantes têm até a meia-noite da próxima quarta-feira (4)
para indicar seis opções de municípios, em ordem decrescente de
preferência. Cada escolha deverá contemplar um dos seguintes perfis:
cidades com 20% de sua população vivendo em extrema pobreza; municípios
com mais de 80 mil habitantes, mas baixa receita pública per capita;
capitais; regiões metropolitanas; distritos de saúde indígena; e
localidades que não se encaixam nestas categorias.
Ao
fim das escolhas, o Ministério da Saúde confrontará as opções dos
profissionais com a demanda dos municípios, dando prioridade aos
brasileiros. Os postos remanescentes seguem para ocupação por
brasileiros formados no exterior e estrangeiros selecionados por meio da
seleção individual.
A
homologação, momento em que o profissional firma o compromisso de
trabalho no Mais Médicos, ocorrerá entre 6 e 9 de setembro para os
brasileiros e entre 16 e 18 de setembro para os estrangeiros. As vagas
que restarem poderão ser ocupados por médicos cubanos da cooperação com
OPAS.
Nesta
segunda etapa, os brasileiros começam a se apresentar aos municípios em
primeiro de outubro. Já os estrangeiros desembarcam no Brasil entre 4 e
6 de outubro, são avaliados entre 7 e 25 de outubro e são recebidos nos
municípios em 28 de outubro.
Brasileiros se apresentam
Os médicos brasileiros
começaram a se apresentar na última segunda-feira (2) aos municípios em
que trabalharão. Ao todo, 1.096 profissionais selecionaram vagas em
unidades básicas de saúde em 454 municípios e 16 distritos de saúde
indígena.
Para
conferir quantos e quais profissionais já começaram a trabalhar nas
prefeituras, a coordenação nacional do programa e as coordenações
estaduais iniciaram contato com todos os municípios participantes. Até
quarta (4), todos terão de informar se o médico já se apresentou e se já
justificou qualquer atraso no início do atendimento à população. As
secretarias municipais podem colocar as vagas que seriam ocupadas pelos
médicos desistentes à disposição dos 3.016 profissionais inscritos na
segunda etapa do programa até esta quarta.
Profissionais
que não resolverem todas as suas pendências com os municípios até o dia
12 serão excluídos do Mais Médicos. “O programa também vai ajudar a
moralizar um problema ético que enfrentamos hoje: o cumprimento da carga
horária no sistema público de Saúde. Não serão aceitas de forma alguma
tentativas de não cumprir a carga horária de 40 horas”, afirmou o
ministro.
*Informações da Assessoria de Imprensa do Ministério da Saúde
Extraído de: http://acritica.uol.com.br
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