Proposta do governo prevê mínimo de R$ 722,90 e crescimento de 4% do PIB em 2014
A proposta de Lei Orçamentária Anual (LOA) entregue na quinta-feira
(29) pelo Executivo ao Congresso fixa em R$ R$ 722,90 o salário mínimo
para o próximo ano. O valor representa um aumento de 6,6% em relação ao
salário atual, de R$ 678. O texto também prevê o aumento de 4% do
Produto Interno Bruto (PIB) do País e estima a inflação (Índice Nacional
de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA) em 5%.
"Embora pareça uma projeção ambiciosa de crescimento do PIB, há sinais
de melhoria do cenário econômico, com aumento do comércio
internacional", disse o ministro da Fazenda, Guido Mantega, em
entrevista coletiva hoje. "No entanto, esse número será revisto no
início do próximo ano tendo em vista o novo cenário no período",
ressaltou.
Na entrevista, o ministro ressaltou o que considera um controle das
três maiores despesas do governo – pessoal, juros da dívida e
previdência. Para 2014, os gastos com pessoal representarão 4,2% do PIB
e, com juros da dívida pública, 4,5%. Já o déficit da Previdência, que é
calculado pela diferença entre receitas e benefícios, será de 0,6% do
PIB.
Resultado primário
O resultado primário somado dos governos federal, estaduais e
municipais e das empresas estatais previsto para o próximo ano é de 2,1%
do PIB – abaixo dos 2,3% previstos para 2013. O resultado primário é a
diferença entre receitas e despesas do governo, excluindo-se da conta os
juros recebidos e pagos. Caso essa diferença seja positiva, há o
conhecido superavit primário, que é uma espécie de economia para
pagamento de juros da dívida.
Na entrevista coletiva, questionou-se se a previsão de superavit menor
tem relação com o aumento dos gastos públicos em época eleitoral, já que
haverá eleições em 2014. Mantega, no entanto, negou qualquer diminuição
no controle das contas públicas em razão das eleições e destacou que o
superavit pode ser superior aos 2,1% previstos. "Essa projeção ainda
depende do desempenho econômico do País. Fizemos uma projeção
conservadora da receita, que ainda pode aumentar", ressaltou.
Despesas discricionárias
A proposta orçamentária prevê R$ 2,36 trilhões em despesas primárias e
financeiras do governo. Desse total, 11,7%, ou R$ 276,12 bilhões, serão
gastos discricionários, ou seja optativos, e não financeiros. As emendas
de deputados e senadores poderão alterar a destinação desses valores.
Lei de Diretrizes Orçamentárias
A proposta da LOA foi encaminhada ao Congresso este ano sem a aprovação
do projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), que deve orientar a
elaboração do Orçamento. Esta é o terceiro ano em que isso acontece
desde a promulgação da Constituição Federal, em 1988. As outras vezes
foram em 1994 e 2006.
Como o texto final da LDO ainda não foi fechado, a equipe econômica do
governo usou como parâmetro para o projeto de LOA a proposta original da
Lei de Diretrizes Orçamentárias, entregue ao Congresso no último mês de
abril.
A LDO não foi aprovada no Congresso em razão das negociações para
análise dos vetos presidenciais a temas polêmicos, como à Lei do Ato
Médico (Lei 12.842/13), que restringia aos médicos as atividades de
diagnóstico de doenças e prescrição de medicamentos, e a dispositivo que
compensava estados e municípios por desonerações tributárias promovidas
pela União (parte da Lei Complementar 143/13).
A Comissão Mista de Orçamento anunciou que vai começar a analisar o
projeto de LDO na próxima terça-feira (3). O texto final deve ser votado
pelo Congresso no dia 17 de setembro.
Fonte: Diap
Fonte: Diap
Comentários