4º ENCONTRO DA CONSCIÊNCIA NEGRA

Falando em consciência negra, quem tem todos os motivos para comemorar a data, comemorou e bem! São os remanescentes de quilombo oriximinaenes que se reuniram neste sábado, na comunidade Nossa Senhora da Piedade, localidade Arancuã de Baixo, para comemorar a data. Foi um dia inteiro de festa que se estendeu pela noite afora.  

O 4º Encontro da Consciência Negra foi um espaço para discussão e valorização dos costumes afro-brasileiros, bem como de políticas de participação social. "Nesse encontro a gente valoriza nossa cultura, nossos costumes através de apresentações de danças, encenações, show de bandas quilombolas e discutimos questões como participação na sociedade,  o que a gente ainda precisa conquistar", declara Silvano Silva Santos, Coordenador da ARQMO (Associação dos Remanescentes de Quilombo de Oriximiná).

Entre as diversas manifestações culturais apresentadas pelas comunidades e escolas quilombolas destacaram-se: A Banda Encanto Quilombo e a Dança Wai Wé de São Benedito, Comunidade Jauari; Dança da Castanha - Comunidade Aracá; e Dança da Vassoura Mágica (Encenação sobre o Candomblé - religião africana) - Comunidade do Moura.

Para a professora Maria Rosene Mourão da Silva, os negros têm vários motivos para comemorar o Dia da Consciência Negra, mas ainda há muito que ser conquistado. "Minha avó foi escrava e sofreu muito, hoje a gente não vive mais na escravidão e até conseguimos nosso lugar na sociedade, mas ainda somos vítimas de preconceitos até de nós mesmos, tem negro que não quer ser negro, e isso precisa mudar", comenta.

E por falar em preconceito, a cota para nas universidades não é muito bem vista por remanescentes de quilombo. "Uma das maiores formas de preconceito é a criação de cotas para negros nas universidades. Como se a gente não fosse inteligente o suficiente para passar no vestibular por nossos próprios méritos. Tememos que as pessoas pensem que só entramos para cursos superiores por causa da cota", desabafa Silvano Santos.





CURIOSIDADE: A ARQMO foi a primeira a Associação no Brasil a conseguir titulação de terras quilombolas, sendo a comunidade Boa Vista a primeira comunidade quilombola do país. Isso aconteceu 20 anos atrás e a partir daí a ARQMO já viajou o Brasil inteiro para ajudar outras negros a conseguirem demarcação e titulação de terras de remanescentes de quilombo.

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