COMUNIDADE DO MOURA - RECANTO QUILOMBOLA

Imagine um lugar banhado por um rio que surpreende se dividindo em braços para dar origem a grandes igarapés de água gelada e límpida. È assim na Comunidade do Moura, um recanto de remanescentes de quilombo,  que abriga uma natureza exuberante e tradições milenares.

“Aqui tem peixe com fartura, caça, terra boa pra plantar e uma floresta com tudo que a gente precisa: breu, copaíba, andiroba, cipó, frutos como a castanha, sementes, e até mesmo a madeira para fazer nossas casas” comenta Maria do Carmo Colér Viana, ceramista e agricultora.
Impressiona a peculiaridade do lugar, que de acordo com seus moradores, está dividido em quatro ilhas, onde habitam mais de 120 famílias, a maioria remanescente de quilombo. A comunidade conta com organização social bem desenvolvida como microssistemas de abastecimento de água, rede de distribuição de energia elétrica, escola com atendimento a estudantes até o 9º ano do ensino fundamental, igrejas católica e outra evangélica, além de uma cooperativa que foi fundada especialmente para prestar serviços à MRN gerando emprego e renda aos moradores.
Chama a atenção na comunidade o trabalho dos ceramistas que transformam o barro em lindas peças decorativas e utilidades domésticas, tudo feito a mão como início dos tempos. Essa manifestação cultural foi alvo do Projeto Educação Ambiental e Patrimonial, do Museu Goeldi, patrocinado pela MRN, que buscou valorizar e aprimorar essa atividade. “Antes eu tinha vergonha de ser ceramista e o projeto mostrou o quanto nosso trabalho é importante. Aprendemos várias coisas entre elas produzir peças arqueológicas como o Konduri feito pelos antepassados que viveram aqui”, informa Maria do Carmo, ceramista.
“O projeto me ajudou a trabalhar pra mim mesmo, me trouxe renda. Um trabalho bonito que me fez conhecido lá fora e isso me deu muito orgulho de trabalhar com a cerâmica”, declara José Lopes dos Santos, agricultor e ceramista.
Outra ação que também está fazendo a diferença na vida dos moradores é o Projeto Quilombo, que leva assistência médica, exames laboratoriais, remédios e educação ambiental a inúmeras comunidades remanescentes de quilombo que vivem às margens do rio trombetas. “O projeto acompanha as grávidas, os idosos, hipertensos, fala sobre planejamento familiar, traz exames de PCCU e próstata. Antes morria muito criança aqui na comunidade hoje isso é difícil acontecer, pois aprendemos a cuidar dos bebês”, informa Julinay Viana dos Santos.
A Comunidade do Moura está localizada na Região do Alto Trombetas, município de Oriximiná. Pode-se chegar à localidade de barco ou lancha, numa viagem de 2h a 5h, dependendo do tipo de embarcação.

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